FAZENDO DA EXPERIÊNCIA DIÁRIA UM NORTE NA MINHA CAMINHADA... APRENDENDO A TER PACIÊNCIA, REPARTIR, REVER, SONHAR, GUIAR, CONHECENDO CORAÇÕES, FRUSTAÇÕES, MIL COISAS QUE FAZEM DE NÓS HOJE MELHOR DO QUE ONTEM... TUDO PARA MEU CRESCIMENTO, PELAS VIVÊNCIAS DIÁRIAS DE CADA DIA EU APRENDER A SER MAIS "HUMANO...."
domingo, 29 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
INDISCIPLINA
Sua paciência está por um fio. A garotada voa pelos corredores, conversa em sala, briga no recreio, insiste em usar boné e em trazer para a sala materiais que não são os de estudo. Cansado e confuso, você se sente com os braços atados e a autoridade abalada. Não suporta mais as cenas que vê e não sabe o que fazer. Quer obediência! Quer controle! Quer mudanças no comportamento dos alunos!
Calma... Respire... Se você sonha com uma turma atenta e motivada, a primeira mudança necessária talvez esteja em você. É hora de rever sua ideia de indisciplina e o que há por trás dela. Pesquisa realizada por NOVA ESCOLA e Ibope em 2007 com 500 professores de todo o país revelou que 69% deles apontavam a indisciplina e a falta de atenção entre os principais problemas da sala de aula. Doce ilusão! O comportamento inadequado do aluno não pode ser visto como uma causa da dificuldade para lecionar. Na verdade, ele é resultado da falta de adequação no processo de ensino.
Para que você avance nessa reflexão, é preciso entender que a indisciplina é a transgressão de dois tipos de regra. O primeiro são as morais, construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum, ou seja, em princípios éticos. Por exemplo, não xingar e não bater. Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e em qualquer situação. O segundo tipo são as chamadas convencionais, definidas por um grupo com objetivos específicos. Aqui entram as que tratam do uso do celular e da conversa em sala de aula, por exemplo. Nesse caso, a questão não pode ser fechada. Ela necessariamente varia de escola para escola ou ainda dentro de uma mesma instituição, conforme o momento. Afinal, o diálogo durante a aula pode não ser considerado indisciplina se ele se referir ao conteúdo tratado no momento, certo?
Não é fácil distinguir entre moralidade e convenção. Frequentemente, mistura-se tudo em extensos regimentos que pouco colaboram para manter o bom funcionamento da instituição e o clima necessário à aprendizagem em sala de aula. "As crianças não enxergam a utilidade de um regimento ou dos famosos combinados que não se sustentam. Elas não sentem a necessidade de respeitá-los e acabam até se voltando contra essas normas", explica Ana Aragão, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A situação piora ainda mais se essas convenções se baseiam em permissões, proibições e castigos sem nenhum tipo de negociação. Se isso funcionasse, as escolas estariam todas em paz. Esse caminho - o mais comum - é tão claramente ineficaz que se tornou um dos principais motes das tirinhas de Calvin, o personagem questionador e cheio de personalidade criado pelo cartunista norte-americano Bill Watterson. Desde 1985, ele dá um baile na professora, mesmo sendo advertido constantemente. Nesta reportagem especial, você verá que as situações vividas por ele refletem uma concepção equivocada, por parte da escola, sobre as causas da indisciplina e as formas de lidar com ela.

FALTA
DE AUTORIDADE O que se espera da escola é conhecimento. É isso que faz o
aluno respeitar o ambiente à sua volta. Se a aula está um tédio, ele
vai procurar algo mais interessante para fazer. Universal Press
Syndicate.
Sem sua ajuda, a criança não aprende o valor das regras
O movimento contínuo de construção e reavaliação de regras, mais o respeito a elas, é a base de todo convívio em sociedade. Da mesma forma que os conflitos nunca vão deixar de existir na vida em comunidade - no contexto escolar, especificamente, eles também não vão desaparecer. Saber lidar com eles faz com que você consiga trabalhar melhor. Ensinar o tema aos alunos também é uma tarefa sua. "Esperar que os pequenos, de modo espontâneo, saibam se portar perante os colegas e educadores é um engano. É abrir mão de um dever docente", explica Luciene Tognetta, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp.
Muitos professores esperam, sem razão, que essa formação moral seja feita 100% pela família. "Não se trata de destituí-la dessa tarefa, mas é preciso enxergar o espaço escolar como propício para a vivência de relações interpessoais", pondera Áurea de Oliveira, do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Rio Claro.
As questões ligadas à moral e à vida em grupo devem ser tratadas como conteúdos de ensino. Caso contrário, corre-se o risco de permitir que as crianças se tornem adultos autocentrados e indisciplinados em qualquer situação, incapazes de dialogar e cooperar. Pesquisa de 2002 com 120 universitários, de Montserrat Moreno e Genoveva Sastre, da Universidade de Barcelona, indagou sobre a utilidade do que eles aprenderam na escola para a resolução de conflitos na vida adulta. Apenas 3% apontaram que os professores lhes ensinaram atitudes e formas específicas de agir. "Esses resultados certamente são próximos da realidade brasileira", afirma Luciene. "Nosso estilo de ensinar é parecido, pois joga pouca luz sobre o currículo oculto, aquele que leva em conta o sentimento do estudante, seus desejos, suas incompreensões."
O movimento contínuo de construção e reavaliação de regras, mais o respeito a elas, é a base de todo convívio em sociedade. Da mesma forma que os conflitos nunca vão deixar de existir na vida em comunidade - no contexto escolar, especificamente, eles também não vão desaparecer. Saber lidar com eles faz com que você consiga trabalhar melhor. Ensinar o tema aos alunos também é uma tarefa sua. "Esperar que os pequenos, de modo espontâneo, saibam se portar perante os colegas e educadores é um engano. É abrir mão de um dever docente", explica Luciene Tognetta, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp.
Muitos professores esperam, sem razão, que essa formação moral seja feita 100% pela família. "Não se trata de destituí-la dessa tarefa, mas é preciso enxergar o espaço escolar como propício para a vivência de relações interpessoais", pondera Áurea de Oliveira, do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Rio Claro.
As questões ligadas à moral e à vida em grupo devem ser tratadas como conteúdos de ensino. Caso contrário, corre-se o risco de permitir que as crianças se tornem adultos autocentrados e indisciplinados em qualquer situação, incapazes de dialogar e cooperar. Pesquisa de 2002 com 120 universitários, de Montserrat Moreno e Genoveva Sastre, da Universidade de Barcelona, indagou sobre a utilidade do que eles aprenderam na escola para a resolução de conflitos na vida adulta. Apenas 3% apontaram que os professores lhes ensinaram atitudes e formas específicas de agir. "Esses resultados certamente são próximos da realidade brasileira", afirma Luciene. "Nosso estilo de ensinar é parecido, pois joga pouca luz sobre o currículo oculto, aquele que leva em conta o sentimento do estudante, seus desejos, suas incompreensões."

DIDÁTICA
INADEQUADA Não adianta exigir que os alunos cumpram as tarefas se a
estratégia de ensino e o tema não dizem nada a eles. Universal Press
Syndicate
Em vez de agir sobre a consequência, procurar a causa
Saber como o ser humano se desenvolve moralmente é essencial para encontrar as raízes da indisciplina. Antes de entender por que precisam agir corretamente, as crianças pequenas vivem a chamada moral heterônoma, ou seja, seguem regras à risca, ditadas por terceiros, sem usar a própria consciência para reelaborá-las de acordo com a situação. Por exemplo: se elas sabem que não se deve derramar água no chão, julgam o fato um erro mesmo no caso de um acidente. Nessa fase, a autoridade é fundamental para o bom andamento das relações.
Por volta dos 9 anos, abre-se espaço para a moral autônoma, quando o respeito mútuo se sobrepõe à coação. Mas a mudança não é mágica. O cientista suíço Jean Piaget (1896-1980) questionava a possibilidade de a criança adquirir essa consciência se todo dever sempre emana de pessoas superiores. Assim, é possível dizer que a autonomia só passa a existir quando as relações entre crianças e adultos (e delas com elas mesmas) são baseadas, desde a fase heterônoma, na cooperação e no entendimento do que é ou não é moralmente aceito e por quê. Sem isso, é natural que, conforme cresçam, mais indisciplinados fiquem os alunos.
A atuação docente inadequada em sala é outra causa da indisciplina. "Embora os professores anseiem por uma solução, acham-se perdidos por não poder agir com a rigidez de antigamente, que permitia até alguns castigos físicos", afirma Áurea. A autoridade do professor perante a classe só é conquistada quando ele domina o conteúdo e sabe lançar mão de estratégias eficientes para ensiná-los. Se não, como bem descreve o psicólogo austríaco Alfred Adler (1870-1937), a Educação se reduz ao ato de o aluno transcrever o que está no caderno do professor sem que nada passe pela cabeça de ambos. "O resultado é o tédio. E gente entediada busca algo mais interessante para fazer, o que muitos confundem com indisciplina. A escola é, sem dúvida, a instituição do conhecimento, mas é preciso deixar espaço para a ação mental da turma", afirma Luciene.
Olhar para a sala de aula tendo como base essa concepção de indisciplina faz diferença. Os benefícios certamente serão maiores se houver o envolvimento institucional. Por isso, o trabalho exige não apenas autorreflexão mas também formação e esforço de equipe. Para transformar o ambiente, o discurso tem de ser constante e exemplificado por ações de todos (leia reportagem sobre como lidar com o problema e um projeto institucional para a formação da equipe).
Saber como o ser humano se desenvolve moralmente é essencial para encontrar as raízes da indisciplina. Antes de entender por que precisam agir corretamente, as crianças pequenas vivem a chamada moral heterônoma, ou seja, seguem regras à risca, ditadas por terceiros, sem usar a própria consciência para reelaborá-las de acordo com a situação. Por exemplo: se elas sabem que não se deve derramar água no chão, julgam o fato um erro mesmo no caso de um acidente. Nessa fase, a autoridade é fundamental para o bom andamento das relações.
Por volta dos 9 anos, abre-se espaço para a moral autônoma, quando o respeito mútuo se sobrepõe à coação. Mas a mudança não é mágica. O cientista suíço Jean Piaget (1896-1980) questionava a possibilidade de a criança adquirir essa consciência se todo dever sempre emana de pessoas superiores. Assim, é possível dizer que a autonomia só passa a existir quando as relações entre crianças e adultos (e delas com elas mesmas) são baseadas, desde a fase heterônoma, na cooperação e no entendimento do que é ou não é moralmente aceito e por quê. Sem isso, é natural que, conforme cresçam, mais indisciplinados fiquem os alunos.
A atuação docente inadequada em sala é outra causa da indisciplina. "Embora os professores anseiem por uma solução, acham-se perdidos por não poder agir com a rigidez de antigamente, que permitia até alguns castigos físicos", afirma Áurea. A autoridade do professor perante a classe só é conquistada quando ele domina o conteúdo e sabe lançar mão de estratégias eficientes para ensiná-los. Se não, como bem descreve o psicólogo austríaco Alfred Adler (1870-1937), a Educação se reduz ao ato de o aluno transcrever o que está no caderno do professor sem que nada passe pela cabeça de ambos. "O resultado é o tédio. E gente entediada busca algo mais interessante para fazer, o que muitos confundem com indisciplina. A escola é, sem dúvida, a instituição do conhecimento, mas é preciso deixar espaço para a ação mental da turma", afirma Luciene.
Olhar para a sala de aula tendo como base essa concepção de indisciplina faz diferença. Os benefícios certamente serão maiores se houver o envolvimento institucional. Por isso, o trabalho exige não apenas autorreflexão mas também formação e esforço de equipe. Para transformar o ambiente, o discurso tem de ser constante e exemplificado por ações de todos (leia reportagem sobre como lidar com o problema e um projeto institucional para a formação da equipe).

REGRAS
IMPOSTAS Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de
favorecer a troca de ideias. Universal Press Syndicate
fonte revista Nova Escola
Como se resolve a indisciplina?
Não há solução fácil. Mas é essencial trabalhar - como conteúdos de ensino - as questões relacionadas à moral e ao convívio social e criar um ambiente de cooperação
Anderson Moço (anderson.moco@abril.com.br). Colaborou Thais Gurgel
As estratégias usadas atualmente por grande parte dos professores para lidar com a indisciplina têm sido desastrosas e estão na contramão do que os especialistas apontam ser o mais adequado. O teste ao lado é uma forma de mostrar que é preciso rever conceitos. Não se assuste se você pensou que alguns dos itens estivessem corretos - a maioria dos docentes brasileiros tende a concordar com eles. Pesquisa realizada em 2008 pela Organização dos Estados Ibero-Americanos com cerca de 8,7 mil professores mostrou que 83% deles defendem medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, 67% acreditam que a expulsão é o melhor caminho e 52% acham que deveria aumentar o policiamento nas escolas.
Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula, como mostrou outra pesquisa, da Fundação SM, feita em 2007 com 3,5 mil docentes de todo o país. Até mesmo os alunos acreditam que o problema vem crescendo. Em investigação feita em 2006 por Isabel Leme, da Universidade de São Paulo (USP), com 4 mil estudantes das redes pública e privada de São Paulo, mais de 50% deles afirmaram que os conflitos aumentaram mesmo nas escolas que estão cada vez mais rígidas. "O problema é que as intervenções são muito pontuais e imediatistas. O resultado é uma piora nas relações entre alunos e professores e, consequentemente, no comportamento da turma", acredita Adriana de Melo Ramos, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Unesp, campus de Rio Claro.
Nesta reportagem, apresentamos sete soluções para você encaminhar o problema. Não se trata de um manual de instruções. As questões ligadas à indisciplina são da natureza humana. Portanto, complexas e incertas. Esse é um ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema. Veja também um projeto institucional para a formação da equipe.

FALTA DE AUTORIDADE
O que se espera da escola é conhecimento. É isso que faz o aluno respeitar o ambiente à sua volta. Se a aula está um térdio, eke vai procurar algo mai interessante para fazer
Distinguir as regras morais das convencionais e discuti-las
Erro comum em regimentos escolares é situar regras morais e convencionais num mesmo patamar. "As morais merecem mais atenção", afirma Telma Vinha, do Gepem da Unicamp. Já as convencionais estão mais ligadas ao andamento do trabalho. Ao distingui-las, você será capaz de interpretar melhor uma transgressão e, assim, encaminhá-la adequadamente.
Não mentir é um exemplo clássico de regra moral. O princípio ético em jogo, nesse caso, é a honestidade. Trata-se, portanto, de um preceito inegociável. Quando algum aluno mente, a solução passa por uma boa conversa - prática imprescindível já na Educação Infantil. Desde essa fase, é importante explicar para a criança como se sente o colega que foi enganado e mostrar que isso é errado. Pergunte: "E se fosse com você?"
Regras convencionais, por sua vez, têm seu fundamento na negociação e na clareza de definição. Tome o exemplo da conversa. Mesmo numa sala que está barulhenta porque os jovens realizam um trabalho em grupo - e em função disso trocam ideias sobre um tema proposto -, o silêncio será necessário em algum momento. É preciso estar acertado que, quando um aluno ou você precisarem da atenção, o grupo deve parar para ouvir o que será dito. Também são consideradas regras convencionais não usar boné e ir para escola sempre de uniforme. Nesse grupo, entram imposições que em nada afetam o processo de ensino e aprendizagem. Há escolas em que o uso do uniforme é uma questão de segurança, pois ele permite identificar quem é ou não aluno. Em outras, isso pode não ser necessário. No caso do boné, é difícil encontrar uma justificativa válida, motivo pelo qual a regra é tão contestada. Normas desse tipo precisam de constante revisão e discussão (na tira abaixo, a professora de Calvin mistura, sem sentido, a solidariedade com a proibição do chiclete).

DIDÁTICA INADEQUADA
Não adianta exigir que os alunos cumpram as tarefas se a estratégia de ensino e o tema não dizem nada a eles.
Erro comum em regimentos escolares é situar regras morais e convencionais num mesmo patamar. "As morais merecem mais atenção", afirma Telma Vinha, do Gepem da Unicamp. Já as convencionais estão mais ligadas ao andamento do trabalho. Ao distingui-las, você será capaz de interpretar melhor uma transgressão e, assim, encaminhá-la adequadamente.
Não mentir é um exemplo clássico de regra moral. O princípio ético em jogo, nesse caso, é a honestidade. Trata-se, portanto, de um preceito inegociável. Quando algum aluno mente, a solução passa por uma boa conversa - prática imprescindível já na Educação Infantil. Desde essa fase, é importante explicar para a criança como se sente o colega que foi enganado e mostrar que isso é errado. Pergunte: "E se fosse com você?"
Regras convencionais, por sua vez, têm seu fundamento na negociação e na clareza de definição. Tome o exemplo da conversa. Mesmo numa sala que está barulhenta porque os jovens realizam um trabalho em grupo - e em função disso trocam ideias sobre um tema proposto -, o silêncio será necessário em algum momento. É preciso estar acertado que, quando um aluno ou você precisarem da atenção, o grupo deve parar para ouvir o que será dito. Também são consideradas regras convencionais não usar boné e ir para escola sempre de uniforme. Nesse grupo, entram imposições que em nada afetam o processo de ensino e aprendizagem. Há escolas em que o uso do uniforme é uma questão de segurança, pois ele permite identificar quem é ou não aluno. Em outras, isso pode não ser necessário. No caso do boné, é difícil encontrar uma justificativa válida, motivo pelo qual a regra é tão contestada. Normas desse tipo precisam de constante revisão e discussão (na tira abaixo, a professora de Calvin mistura, sem sentido, a solidariedade com a proibição do chiclete).

DIDÁTICA INADEQUADA
Não adianta exigir que os alunos cumpram as tarefas se a estratégia de ensino e o tema não dizem nada a eles.
Equilibrar de maneira justa sua reação a um problema
Analisar a quebra de uma regra sob a ótica da moral e da convenção facilita equilibrar a resposta ao problema. É sempre importante avaliar a real gravidade da transgressão (abaixo, o pavor de Calvin mostra como o exagero da expulsão parece ser comum). Um exemplo relatado por Telma mostra como uma ação desigual é temerosa. Ela conta que uma professora mandou para a diretoria um jovem que se recusou a tirar o boné. Logo depois, uma garota a procurou, dizendo ter sido xingada de "piranha". E ela disse apenas: "Não ligue. Você não é peixe".
Já num caso de dano ao patrimônio, ocorrido no Colégio Comunitário de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo, o orientador educacional soube dosar sua atitude. Empenhado em descobrir quem danificava as carteiras, ele pediu que os próprios culpados se identificassem, reforçando a ideia de que a delação é inaceitável (leia o quadro abaixo).
A solução A direção pediu ajuda aos alunos: "Temos um problema e precisamos da colaboração de vocês". Quando mais carteiras apareceram, mas com o adesivo ainda fresco, ficou evidente que o problema vinha do 9º ano, que acabara de deixar a sala. O orientador educacional Marcos Roberto Márcio pediu que os responsáveis se identificassem: "Isso prejudica a imagem da classe, gera tumulto e um clima ruim". Consciente, a turma pediu que os culpados assumissem, já que a delação, moralmente condenável, não é aceita pela escola. "Admitir a culpa não isenta a punição, mas é uma atitude responsável, que atenua o que fizeram", diz. Quatro garotos se manifestaram e tiveram de apresentar uma pesquisa sobre a legislação referente ao respeito ao patrimônio público, além de limpar as carteiras.
Os conflitos entre alunos e entre eles e
os professores também são problemáticos. Uma pesquisa da USP feita por
Isabel Leme, em 2006, com 55 diretores, mostrou que a gestão de
conflitos é apontada por 85% deles como fundamental para garantir a paz
na escola. A prática, porém, é outra. Procura-se evitar os conflitos,
vistos como algo antinatural, que deixa os educadores assustados e
inseguros. Câmeras, inspetores e marcação cerrada são exemplos disso.
"Mas, se as desavenças fazem parte da vida dos adultos, por que com
crianças e jovens seria diferente?", pondera Telma.
Com isso, gasta-se tempo tentando impedir ou antecipar qualquer tipo de encrenca. Quando algo foge desse imaginado controle, o impulso é mandar para a diretoria ou censurar. "O ideal é respirar, tentar se controlar e reconhecer que o embate pertence aos envolvidos. No caso de uma discussão mais quente entre a garotada, o caminho é relatar o que você viu com linguagem descritiva e ouvir as partes. "Peça que todos contem como se sentiram e por que discutiram. Isso demonstra respeito pelos valores de cada um", sugere Vanessa Vicentin, da Universidade de Franca (Unifran). Quando o conflito é com você, comporte-se sempre com sabedoria. "A agressão não é pessoal, mas contra um fato com o qual o aluno não concorda", diz Telma. E, claro, nem sempre haverá saída, já que as relações humanas são complexas. É preciso ter paciência. A aprendizagem é gradual e resulta da reflexão contínua, do diálogo e da coerência nos procedimentos. "Os mediadores desse processo devem se pautar por ações transparentes e convictas", diz Maria Teresa.

REGRAS IMPOSTAS
Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de favorecer a troca de ideias
Conquistar autoridade com o saber e o respeito ao aluno
Ficar irritado, gritar e castigar os que não se comportam como você quer - atitudes autoritárias e retrógradas - não adianta nada. Quando se tenta impor disciplina, a submissão e a revolta aparecem. "Hoje, isso não se sustenta mais. O mundo é outro", acredita Telma.
Seu papel na construção é conhecer como se dá a aprendizagem e, com base nessa compreensão, planejar as aulas, além de ter segurança sobre o conteúdo a ser trabalhado. A medida parece muito básica - e é. Ela vale para manter a disciplina e para chegar ao objetivo principal: fazer com que todos aprendam.
Os caminhos também não são nada que esteja fora de seu alcance. "É preciso diversificar a metodologia, pois interagimos com alunos conectados ao mundo por diferentes redes e ferramentas", acredita Maria Tereza Trevisol, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, campus de Joaçaba. Vale promover mais participação de todos em situações desafiadoras que deem protagonismo a cada aluno. Pesquisas feitas por ela mostram que os alunos querem que o professor tenha autoridade também para resolver os conflitos em sala, antes de recorrer à direção (veja na tirinha abaixo como Calvin vive essa situação).
Um ponto de atenção: o desrespeito do professor em relação aos alunos também alimenta a indisciplina. Quase 25% dos estudantes afirmam ser vítimas disso de vez em quando - e mais de 12%, que o fato ocorre com frequência. Quem nunca ouviu uma criança reclamando: "Nem me ouviu e já me colocou para fora"? Outra situação corriqueira é a da desconfiança: "Você precisa mesmo ir ao banheiro ou está querendo passear?"
Que tipo de relação se espera formar com atitudes como essas? A análise do próprio comportamento é fundamental. "Falta sensibilidade moral aos professores que tiram sarro do aluno, uma situação, infelizmente, bem comum. Nesses casos, o respeito adquire um caráter unilateral", afirma Adriana. Assim, a ofensa à autoridade passa a ser encarada como mais grave do que a que se dá entre os colegas. "Por exemplo, se um aluno xinga o professor, ele corre um grande risco de ser expulso. Mas, quando esse mesmo aluno pratica bullying, ninguém toma nenhuma atitude", analisa Telma. A mensagem passada em situações desse tipo é: respeite aquele que manda e maltrate quem é igual ou menor que você.
A solução A equipe se reuniu e definiu novas pautas de estudo. "Tivemos de melhorar a interação entre os professores e acordamos novas regras e o que não poderia ser negociado", explica a diretora, Andrea Stevanatto Bataglini. Debates foram realizados com a turma e os dilemas morais ganharam mais espaço nas aulas. A relação entre professores e alunos foi revista, de modo a levar os estudantes a pensar se estavam agindo moralmente com quem lhes respeitava. "Hoje eles estão no 9º ano e a situação nunca mais se repetiu", conta Andrea.

NÃO CONFUNDA REGRAS
Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tud.
Analisar a quebra de uma regra sob a ótica da moral e da convenção facilita equilibrar a resposta ao problema. É sempre importante avaliar a real gravidade da transgressão (abaixo, o pavor de Calvin mostra como o exagero da expulsão parece ser comum). Um exemplo relatado por Telma mostra como uma ação desigual é temerosa. Ela conta que uma professora mandou para a diretoria um jovem que se recusou a tirar o boné. Logo depois, uma garota a procurou, dizendo ter sido xingada de "piranha". E ela disse apenas: "Não ligue. Você não é peixe".
Já num caso de dano ao patrimônio, ocorrido no Colégio Comunitário de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo, o orientador educacional soube dosar sua atitude. Empenhado em descobrir quem danificava as carteiras, ele pediu que os próprios culpados se identificassem, reforçando a ideia de que a delação é inaceitável (leia o quadro abaixo).
Uma boa conversa
O problema Carteiras do Colégio Comunitário de Campinas apareceram com moedas coladas. A solução A direção pediu ajuda aos alunos: "Temos um problema e precisamos da colaboração de vocês". Quando mais carteiras apareceram, mas com o adesivo ainda fresco, ficou evidente que o problema vinha do 9º ano, que acabara de deixar a sala. O orientador educacional Marcos Roberto Márcio pediu que os responsáveis se identificassem: "Isso prejudica a imagem da classe, gera tumulto e um clima ruim". Consciente, a turma pediu que os culpados assumissem, já que a delação, moralmente condenável, não é aceita pela escola. "Admitir a culpa não isenta a punição, mas é uma atitude responsável, que atenua o que fizeram", diz. Quatro garotos se manifestaram e tiveram de apresentar uma pesquisa sobre a legislação referente ao respeito ao patrimônio público, além de limpar as carteiras.
Com isso, gasta-se tempo tentando impedir ou antecipar qualquer tipo de encrenca. Quando algo foge desse imaginado controle, o impulso é mandar para a diretoria ou censurar. "O ideal é respirar, tentar se controlar e reconhecer que o embate pertence aos envolvidos. No caso de uma discussão mais quente entre a garotada, o caminho é relatar o que você viu com linguagem descritiva e ouvir as partes. "Peça que todos contem como se sentiram e por que discutiram. Isso demonstra respeito pelos valores de cada um", sugere Vanessa Vicentin, da Universidade de Franca (Unifran). Quando o conflito é com você, comporte-se sempre com sabedoria. "A agressão não é pessoal, mas contra um fato com o qual o aluno não concorda", diz Telma. E, claro, nem sempre haverá saída, já que as relações humanas são complexas. É preciso ter paciência. A aprendizagem é gradual e resulta da reflexão contínua, do diálogo e da coerência nos procedimentos. "Os mediadores desse processo devem se pautar por ações transparentes e convictas", diz Maria Teresa.

REGRAS IMPOSTAS
Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de favorecer a troca de ideias
Conquistar autoridade com o saber e o respeito ao aluno
Ficar irritado, gritar e castigar os que não se comportam como você quer - atitudes autoritárias e retrógradas - não adianta nada. Quando se tenta impor disciplina, a submissão e a revolta aparecem. "Hoje, isso não se sustenta mais. O mundo é outro", acredita Telma.
Seu papel na construção é conhecer como se dá a aprendizagem e, com base nessa compreensão, planejar as aulas, além de ter segurança sobre o conteúdo a ser trabalhado. A medida parece muito básica - e é. Ela vale para manter a disciplina e para chegar ao objetivo principal: fazer com que todos aprendam.
Os caminhos também não são nada que esteja fora de seu alcance. "É preciso diversificar a metodologia, pois interagimos com alunos conectados ao mundo por diferentes redes e ferramentas", acredita Maria Tereza Trevisol, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, campus de Joaçaba. Vale promover mais participação de todos em situações desafiadoras que deem protagonismo a cada aluno. Pesquisas feitas por ela mostram que os alunos querem que o professor tenha autoridade também para resolver os conflitos em sala, antes de recorrer à direção (veja na tirinha abaixo como Calvin vive essa situação).
Um ponto de atenção: o desrespeito do professor em relação aos alunos também alimenta a indisciplina. Quase 25% dos estudantes afirmam ser vítimas disso de vez em quando - e mais de 12%, que o fato ocorre com frequência. Quem nunca ouviu uma criança reclamando: "Nem me ouviu e já me colocou para fora"? Outra situação corriqueira é a da desconfiança: "Você precisa mesmo ir ao banheiro ou está querendo passear?"
Que tipo de relação se espera formar com atitudes como essas? A análise do próprio comportamento é fundamental. "Falta sensibilidade moral aos professores que tiram sarro do aluno, uma situação, infelizmente, bem comum. Nesses casos, o respeito adquire um caráter unilateral", afirma Adriana. Assim, a ofensa à autoridade passa a ser encarada como mais grave do que a que se dá entre os colegas. "Por exemplo, se um aluno xinga o professor, ele corre um grande risco de ser expulso. Mas, quando esse mesmo aluno pratica bullying, ninguém toma nenhuma atitude", analisa Telma. A mensagem passada em situações desse tipo é: respeite aquele que manda e maltrate quem é igual ou menor que você.
Mais interação
O problema Em
2006, a Escola Ativa, em Itapira, a 174 quilômetros de São Paulo,
estava abrindo a 5ª série, com 12 alunos, que lá estudavam desde a 1ª. O
fato de a turma ser pequena, que parecia uma vantagem, se tornou um
problema. O adolescentes se comunicavam pelo olhar. Conversavam em aula e
começaram a mentirpara os professores. A um, diziam que haviam feito
tal combinado com outro, o que não era verdade.A solução A equipe se reuniu e definiu novas pautas de estudo. "Tivemos de melhorar a interação entre os professores e acordamos novas regras e o que não poderia ser negociado", explica a diretora, Andrea Stevanatto Bataglini. Debates foram realizados com a turma e os dilemas morais ganharam mais espaço nas aulas. A relação entre professores e alunos foi revista, de modo a levar os estudantes a pensar se estavam agindo moralmente com quem lhes respeitava. "Hoje eles estão no 9º ano e a situação nunca mais se repetiu", conta Andrea.

NÃO CONFUNDA REGRAS
Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tud.
Ter como objetivo construir um ambiente cooperativo
Ninguém, em sã consciência, pode deixar a turma fazer o que quiser, num regime anárquico. Longe disso. Um dos maiores desafios é, portanto, construir um ambiente cooperativo, no qual os alunos tenham voz, sejam respeitados e aprendam a respeitar. Isso faz com que o comportamento seja adequado naturalmente e não por medo de sanções (no quadrinho abaixo, Calvin e Susi mostram a que ponto pode chegar a situação quando há temor em relação aos possíveis castigos).
Numa escola da rede municipal de Rio Claro, a 184 quilômetros de São Paulo, as agressões entres os alunos eram comuns. A situação foi contornada quando se deu mais espaço para que eles se manifestassem e procurassem juntos a solução para os conflitos (leia quadro abaixo).
A solução A coordenadora pedagógica Rosemeire Archangelo propôs um programa de formação aos professores e funcionários. Nele, todos trabalharam a redefinição do conceito de indisciplina, questões relacionadas a respeito e moral e a necessidade de trabalhar esses conteúdos. Foram implementadas assembleias em cada sala, durante as quais os problemas tinham de ser debatidos. A ideia era ajudar no desenvolvimento moral de todos. "As professoras achavam que não ia funcionar e me diziam: como um aluno de 1ª série vai debater esses problemas?", conta. "Todas se surpreenderam. Com o projeto, elas comprovaram que é possível, sim, que as crianças resolvam conflitos com o diálogo", completa. A escola não virou o paraíso, mas todos aprenderam e passaram a praticar outras formas de se relacionar e conviver com as diferenças no dia a dia.
É claro que essa perspectiva não o
exime de exercer a figura da autoridade moral e intelectual - nunca
autoritária - como o coordenador do processo educacional. Afinal, além
de conhecer os objetivos pedagógicos, é você o adulto da situação. A
negociação é a palavra. E ela tem de ser justa. Não vale induzir os
estudantes a conclusões e normas que somente um dos lados - o seu -
queira ver implantadas. Isso seria um trabalho de fachada, no mínimo,
desonesto. "Essa postura ajuda a romper com a dicotomia tradicional
daquele professor mandão versus o bonzinho porque pressupõe uma busca
pelo equilíbrio nas relações", explica Telma. "Mas isso tem de ser
construído gradativamente pelo grupo, com base no respeito mútuo, na
reciprocidade e nos princípios de justiça", completa a especialista.

EQUILIBRE AS AÇÕES
Calvin provavelmente não fez nada grave, mas a expectativa do castigo desproporcional mostra como a escola parece estar acostumada a regir de maneira inadequada
Incentivar e respeitar a autonomia do aluno
Os problemas de comportamento podem ser um jeito de as crianças mostrarem a você que uma regra é desnecessária ou não está funcionando. Em outras situações, elas esperam chamar a atenção e solicitar que você se aproxime e se interesse pelas ideias delas (na tirinha abaixo, Calvin segue desconsolado para a sala do diretor, face ao desdém da professora diante de sua criatividade). "É como se pedissem por cuidado e apreço ou ainda que se delimite o que se deseja delas com o que está sendo realizado", explica Maria Teresa.
Convivendo num ambiente em que atitudes como essas sejam o padrão, a criança vai, aos poucos, adquirindo autonomia e ficando mais apta a tomar decisões responsáveis. Cada aluno, em diferentes situações, coloca sempre novos desafios. Ele necessita de referências e de orientação. O que ele espera é ajuda para pensar. É importante que alguém - na escola, você - coloque as regras, até que, efetivamente convictos, crianças e jovens possam gerenciá-las e, de forma autônoma, viver bem em sociedade.

PROMOVA A COOPERAÇÃO
O clima pautado na colaboração e no respeito é mais eficiente porque não expõe as crianças, como Calvin e Susi, ao medo das sanções

VALORIZE A AUTONOMIA
Uma aparente indisciplina, como esta bela atuação de Calvin, pode, na verdade, ser uma maneira de o aluno dizer que quer fazer as coisas de um jeito diferente
Ninguém, em sã consciência, pode deixar a turma fazer o que quiser, num regime anárquico. Longe disso. Um dos maiores desafios é, portanto, construir um ambiente cooperativo, no qual os alunos tenham voz, sejam respeitados e aprendam a respeitar. Isso faz com que o comportamento seja adequado naturalmente e não por medo de sanções (no quadrinho abaixo, Calvin e Susi mostram a que ponto pode chegar a situação quando há temor em relação aos possíveis castigos).
Numa escola da rede municipal de Rio Claro, a 184 quilômetros de São Paulo, as agressões entres os alunos eram comuns. A situação foi contornada quando se deu mais espaço para que eles se manifestassem e procurassem juntos a solução para os conflitos (leia quadro abaixo).
Formação e assembleia
O problema No
ano passado, as agressões físicas e verbais estavam se tornando cada
vez mais graves e frequentes na EMEFI Antonio Maria Marrote, em Rio
Claro. A solução A coordenadora pedagógica Rosemeire Archangelo propôs um programa de formação aos professores e funcionários. Nele, todos trabalharam a redefinição do conceito de indisciplina, questões relacionadas a respeito e moral e a necessidade de trabalhar esses conteúdos. Foram implementadas assembleias em cada sala, durante as quais os problemas tinham de ser debatidos. A ideia era ajudar no desenvolvimento moral de todos. "As professoras achavam que não ia funcionar e me diziam: como um aluno de 1ª série vai debater esses problemas?", conta. "Todas se surpreenderam. Com o projeto, elas comprovaram que é possível, sim, que as crianças resolvam conflitos com o diálogo", completa. A escola não virou o paraíso, mas todos aprenderam e passaram a praticar outras formas de se relacionar e conviver com as diferenças no dia a dia.

EQUILIBRE AS AÇÕES
Calvin provavelmente não fez nada grave, mas a expectativa do castigo desproporcional mostra como a escola parece estar acostumada a regir de maneira inadequada
Agir na hora certa e sempre manter a calma
Mesmo que você aja da forma mencionada nos itens anteriores, em momentos conturbados na sala você tem de manifestar desagrado com relação a comportamentos inadequados. Quando um aluno insiste em conversar sobre o fim de semana durante a explicação de uma atividade, não basta fazer pequenas mudanças, como colocar a carteira do bagunceiro ao lado da sua mesa, como forma de castigá-lo, e continuar a aula normalmente. Isso não ajuda a resolver o problema em si nem leva a turma a aprender. É preciso chamar a atenção, mas sempre com respeito e mostrando que o grupo é que está sendo prejudicado, e não apenas você, pessoalmente. Tratar o estudante dessa forma faz com ele também perceba como agir em momentos de conflito.
Ficar alerta porque a indisciplina nunca acaba
Esse trabalho não tem fim. Mesmo que a equipe já esteja atenta e capacitada para encarar a indisciplina sob esse prisma mais amplo, é preciso manter o tema vivo. Primeiro porque a escola está sempre em movimento. A cada ano, chegam novos professores e alunos, que podem não estar alinhados com essa visão. Segundo porque diferentes casos de indisciplina vão continuar aparecendo.
A Escola Ativa de Itapira, a 174 quilômetros de São Paulo, já nasceu tendo como um dos seus objetivos o desenvolvimento moral dos alunos. A equipe é formada dentro dessa linha, mas isso não a isenta de situações de mau comportamento, como a que aconteceu com os alunos da 5ª série, que estavam mentindo para o grupo de professores (leia quadro abaixo).
A solução A equipe se reuniu e definiu novas pautas de estudo. "Tivemos de melhorar a interação entre os professores e acordamos novas regras e o que não poderia ser negociado", explica a diretora, Andrea Stevanatto Bataglini. Debates foram realizados com a turma e os dilemas morais ganharam mais espaço nas aulas. A relação entre professores e alunos foi revista, de modo a levar os estudantes a pensar se estavam agindo moralmente com quem lhes respeitava. "Hoje eles estão no 9º ano e a situação nunca mais se repetiu", conta Andrea.

PRESERVE A AUTORIDADE
Em vez de resolver a questão, a professora de Calvin transfere o problema para o diretor que tinha muito menos condições do que ela de intervir na situação
Mesmo que você aja da forma mencionada nos itens anteriores, em momentos conturbados na sala você tem de manifestar desagrado com relação a comportamentos inadequados. Quando um aluno insiste em conversar sobre o fim de semana durante a explicação de uma atividade, não basta fazer pequenas mudanças, como colocar a carteira do bagunceiro ao lado da sua mesa, como forma de castigá-lo, e continuar a aula normalmente. Isso não ajuda a resolver o problema em si nem leva a turma a aprender. É preciso chamar a atenção, mas sempre com respeito e mostrando que o grupo é que está sendo prejudicado, e não apenas você, pessoalmente. Tratar o estudante dessa forma faz com ele também perceba como agir em momentos de conflito.
Ficar alerta porque a indisciplina nunca acaba
Esse trabalho não tem fim. Mesmo que a equipe já esteja atenta e capacitada para encarar a indisciplina sob esse prisma mais amplo, é preciso manter o tema vivo. Primeiro porque a escola está sempre em movimento. A cada ano, chegam novos professores e alunos, que podem não estar alinhados com essa visão. Segundo porque diferentes casos de indisciplina vão continuar aparecendo.
A Escola Ativa de Itapira, a 174 quilômetros de São Paulo, já nasceu tendo como um dos seus objetivos o desenvolvimento moral dos alunos. A equipe é formada dentro dessa linha, mas isso não a isenta de situações de mau comportamento, como a que aconteceu com os alunos da 5ª série, que estavam mentindo para o grupo de professores (leia quadro abaixo).
Mais interação
O problema Em
2006, a Escola Ativa, em Itapira, a 174 quilômetros de São Paulo,
estava abrindo a 5ª série, com 12 alunos, que lá estudavam desde a 1ª. O
fato de a turma ser pequena, que parecia uma vantagem, se tornou um
problema. O adolescentes se comunicavam pelo olhar. Conversavam em aula e
começaram a mentirpara os professores. A um, diziam que haviam feito
tal combinado com outro, o que não era verdade.A solução A equipe se reuniu e definiu novas pautas de estudo. "Tivemos de melhorar a interação entre os professores e acordamos novas regras e o que não poderia ser negociado", explica a diretora, Andrea Stevanatto Bataglini. Debates foram realizados com a turma e os dilemas morais ganharam mais espaço nas aulas. A relação entre professores e alunos foi revista, de modo a levar os estudantes a pensar se estavam agindo moralmente com quem lhes respeitava. "Hoje eles estão no 9º ano e a situação nunca mais se repetiu", conta Andrea.

PRESERVE A AUTORIDADE
Em vez de resolver a questão, a professora de Calvin transfere o problema para o diretor que tinha muito menos condições do que ela de intervir na situação
Incentivar e respeitar a autonomia do aluno
Os problemas de comportamento podem ser um jeito de as crianças mostrarem a você que uma regra é desnecessária ou não está funcionando. Em outras situações, elas esperam chamar a atenção e solicitar que você se aproxime e se interesse pelas ideias delas (na tirinha abaixo, Calvin segue desconsolado para a sala do diretor, face ao desdém da professora diante de sua criatividade). "É como se pedissem por cuidado e apreço ou ainda que se delimite o que se deseja delas com o que está sendo realizado", explica Maria Teresa.
Convivendo num ambiente em que atitudes como essas sejam o padrão, a criança vai, aos poucos, adquirindo autonomia e ficando mais apta a tomar decisões responsáveis. Cada aluno, em diferentes situações, coloca sempre novos desafios. Ele necessita de referências e de orientação. O que ele espera é ajuda para pensar. É importante que alguém - na escola, você - coloque as regras, até que, efetivamente convictos, crianças e jovens possam gerenciá-las e, de forma autônoma, viver bem em sociedade.

PROMOVA A COOPERAÇÃO
O clima pautado na colaboração e no respeito é mais eficiente porque não expõe as crianças, como Calvin e Susi, ao medo das sanções

VALORIZE A AUTONOMIA
Uma aparente indisciplina, como esta bela atuação de Calvin, pode, na verdade, ser uma maneira de o aluno dizer que quer fazer as coisas de um jeito diferente
Por que jovens de 15 a 17 anos estão na EJA
Conheça os motivos que fazem com que adolescentes estudem na Educação de Jovens e Adultos
Elisângela Fernandes (novaescola@atleitor.com.br).
Colaboraram Anderson Moço, de Juazeiro do Norte, CE, Aurélio Amaral, de
Sertãozinho, SP, Beatriz Vichessi, de Marabá, PA, Rodrigo Ratier, de
Teresina, PI, e Verônica Fraidenraich, de Curitiba, PR

A presença de adolescentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Ensino Fundamental é preocupante: quase 20% dos matriculados têm de 15 a 17 anos. O número de alunos dessa faixa etária na modalidade não tem sofrido grandes variações nos últimos anos, apesar da queda no total de matrículas (28,6%). Dados da Ação Educativa com base nos Censos Escolares indicam que, em 2004, eram 558 mil estudantes e, em 2010, 565 mil. O cenário tem chamado a atenção dos especialistas da área. Por que esses adolescentes estão frequentando a modalidade, em vez de estar na Educação Básica regular? São vários os motivos (leia na última página os depoimentos de 13 estudantes). Alguns extrapolam os muros da escola, enquanto outros têm a ver diretamente com a qualidade da Educação, ou seja, envolvem o Ministério da Educação (MEC), Secretarias Municipais e Estaduais, gestores e, é claro, os professores que lecionam na modalidade.
Três grandes questões sociais fazem com que, todos os anos, muita gente desista de estudar ou então deixe a sala de aula temporariamente:
- Vulnerabilidade Muitos estudantes enfrentam problemas como a pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
- Trabalho A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos deixem o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. O estudo Jovens de 15 a 17 Anos no Ensino Fundamental, publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC, revela que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única opção.
- Gravidez precoce A chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a Fundação Perseu Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro filho antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%. Dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos.
O sistema educacional e seus problemas
Os demais motivos que levam a garotada a se matricular na EJA têm a ver com a falta de qualidade do sistema de ensino e suas consequências:
- Reprovação e evasão O estudo do MEC aponta que a repetência de 17,4% na 7ª série e 22,6% na 8ª série só não é maior devido ao aumento da evasão escolar. Em 2005, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou que a taxa de evasão cresce continuamente ao longo dessa etapa de Educação (na 1ª série é de 1%, na 5ª, de 8,3%, e na 8ª, de 14,1%).
- Distância da escola no campo Reunir alunos da zona rural em uma só escola núcleo é uma saída das redes para garantir que os professores alcancem o número mínimo de aulas e reduzir os gastos com infraestrutura e transporte. Isso, no entanto, nem sempre é positivo para muitos dos alunos: a distância passa a ser mais um empecilho para que sigam estudando.
- Desmotivação Sem se interessar pelo que a escola oferece, vários adolescentes deixam de frequentar as aulas e só tempos depois retornam, cientes da importância dos estudos. Não só o currículo mas também a forma como ele é trabalhado provocam o desinteresse. "Às vezes, frequentar a igreja ou assistir à televisão são atividades mais atraentes do que o conteúdo das disciplinas", diz Eliane Ribeiro Andrade, professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Adequar as aulas às necessidades dos alunos que têm mais de 15 anos e ainda estão no Ensino Fundamental, e não esperar que o contrário ocorra, é um desafio. "Isso é possível quando são propostas diferentes estratégias para ajudá-los a superar as dúvidas e dificuldades do cotidiano", explica Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e secretária de Educação de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
- Decisão do gestor Trata-se da atitude irresponsável de empurrar casos considerados problemáticos para as turmas de EJA. Dessa forma, os diretores buscam se livrar da indisciplina e evitar que os resultados da escola nas avaliações externas piorem, o que impacta o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Um verdadeiro processo de higienização do Ensino Fundamental, que reconhece as turmas de EJA como algo menor e sem importância. Para superar o problema, é preciso investir em formação e conscientização dos gestores.
Os demais motivos que levam a garotada a se matricular na EJA têm a ver com a falta de qualidade do sistema de ensino e suas consequências:
- Reprovação e evasão O estudo do MEC aponta que a repetência de 17,4% na 7ª série e 22,6% na 8ª série só não é maior devido ao aumento da evasão escolar. Em 2005, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou que a taxa de evasão cresce continuamente ao longo dessa etapa de Educação (na 1ª série é de 1%, na 5ª, de 8,3%, e na 8ª, de 14,1%).
- Distância da escola no campo Reunir alunos da zona rural em uma só escola núcleo é uma saída das redes para garantir que os professores alcancem o número mínimo de aulas e reduzir os gastos com infraestrutura e transporte. Isso, no entanto, nem sempre é positivo para muitos dos alunos: a distância passa a ser mais um empecilho para que sigam estudando.
- Desmotivação Sem se interessar pelo que a escola oferece, vários adolescentes deixam de frequentar as aulas e só tempos depois retornam, cientes da importância dos estudos. Não só o currículo mas também a forma como ele é trabalhado provocam o desinteresse. "Às vezes, frequentar a igreja ou assistir à televisão são atividades mais atraentes do que o conteúdo das disciplinas", diz Eliane Ribeiro Andrade, professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Adequar as aulas às necessidades dos alunos que têm mais de 15 anos e ainda estão no Ensino Fundamental, e não esperar que o contrário ocorra, é um desafio. "Isso é possível quando são propostas diferentes estratégias para ajudá-los a superar as dúvidas e dificuldades do cotidiano", explica Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e secretária de Educação de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
- Decisão do gestor Trata-se da atitude irresponsável de empurrar casos considerados problemáticos para as turmas de EJA. Dessa forma, os diretores buscam se livrar da indisciplina e evitar que os resultados da escola nas avaliações externas piorem, o que impacta o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Um verdadeiro processo de higienização do Ensino Fundamental, que reconhece as turmas de EJA como algo menor e sem importância. Para superar o problema, é preciso investir em formação e conscientização dos gestores.
Solução para o problema está distante
Segundo Roberto Catelli Júnior, coordenador de projetos da Ação Educativa, a procura dos adolescentes entre 15 e 17 anos por vagas na modalidade deve se manter por um bom tempo, já que a taxa de conclusão do Ensino Fundamental na idade correta é muito baixa. Para ter uma dimensão do problema, somente seis em cada dez estudantes de 16 anos concluíram o 9º ano ou a 8ª série em 2009, segundo o movimento Todos pela Educação. "Os jovens que estão na EJA hoje já passaram pela escola regular e ela, por sua vez, não deu conta de garantir a eles a aprendizagem. Tempos depois, esses adolescentes retornam, dando mais uma chance para a instituição, que não pode desperdiçá-la", diz Cleuza.
Também podem estar entre os alunos da modalidade nos próximos anos aqueles que estão fora da escola atualmente. O mais recente levantamento a respeito feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que 570 mil meninas e meninos entre 7 e 14 anos estão excluídos do sistema educacional brasileiro. Na população entre 15 e 17 anos, são cerca de 1,5 milhão.
Em 2007, o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutiu a possibilidade de elevar para 18 anos a idade mínima para o ingresso no Ensino Fundamental da EJA (hoje, é exigido ter 15 anos). A medida, que tinha como objetivo proibir o ingresso de adolescentes na modalidade, não foi aprovada pelo MEC. Para Elaine, da UFRJ, a decisão foi acertada. "Em um mundo ideal, a proposta é muito boa. Mas não podemos tirar a oportunidade de milhares de adolescentes de estudar. Quanto mais possibilidades de atender essa população, maiores as chances de garantir a permanência na escola e a conclusão dos estudos."
Assim, colocá-los muitas vezes em turmas em que estudam colegas idosos não chega a ser um problema. Quando a gestão funciona, os professores são bem formados e o currículo é organizado levando em conta a pluralidade de idades, o clima pode ser harmonioso, e o contato com pessoas de idades diferentes, positivo. Quando o jovem está sozinho em meio a colegas mais velhos, no entanto, sente falta de se relacionar com pessoas da mesma faixa etária. "Não há regra. O problema é que nem sempre os professores estão preparados para resolver os problemas que surgem, como conflitos de opiniões entre gerações diferentes", explica Maria Clara, da USP.
No âmbito mais amplo, no que se refere à gestão do sistema, os governos municipal, estadual e federal precisam atuar em conjunto com as Secretarias de Educação para atacar os problemas relacionados à vulnerabilidade, à gravidez na adolescência e ao ingresso precoce no mercado de trabalho. E as Secretarias, em parceria com as escolas, devem trabalhar para reduzir o tamanho das turmas para atender todos de modo adequado, assegurar o transporte escolar, selecionar material didático específico e garantir a formação dos professores. Este ano, há mais de 18 mil vagas em cursos para quem leciona para EJA, diz Carmem Gatto, coordenadora da modalidade no MEC.
Ignorar a urgência dessas tarefas só vai fazer com que a situação piore e comprometa as poucas boas notícias da área, como a pequena taxa atual do analfabetismo entre 15 e 18 anos, cerca de 1,5%.
Estudantes da EJA explicam seus motivos
Trabalho "Comecei a trabalhar com 5 anos. Desisti de
ir para a escola no 5º ano. Hoje trabalho com uma carroça, mas já sei
dirigir carro e moto. Já fui pedreiro e vez ou outra faço uns bicos de
ajudante. Vou terminar a escola para ter um emprego melhor."
Geraldo Ribeiro do Nascimento, 15 anos, aluno do 3º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.
Distância da escola "Resolvi estudar à noite, na
EJA, porque à tarde levo e busco meus irmãos na escola, que fica a 4
quilômetros da nossa casa. A prioridade é que eles, que são menores, não
faltem nunca. Quando não tem carona, ando 24 quilômetros por dia para
levá-los, buscá-los e para eu mesmo ir e voltar da escola."
João Paulo das Neves Martins, 16 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Marabá, PA.
Reprovação "Fui reprovado três vezes por
indisciplina. Minha avó também foi aluna da EJA e me ajudou a mudar. Na
sala, os alunos mais velhos são comportados, mas são legais. A história
de vida deles serve de exemplo para quem é mais novo. Quero fazer um
curso técnico de mecatrônica."
Jordan Germano Castelaci, 15 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª série), em Curitiba.
Decisão do gestor "Por nota, só repeti a 2ª série.
Nos outros quatro anos, fui reprovada porque sempre abandonava a escola.
Era uma aluna problema, brigava muito e matava várias aulas. Por isso,
me mandaram para a EJA. Hoje, continuo estudando porque quero melhorar
minha vida."
Poliana Maria da Silva, 15 anos, aluna do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.
Evasão "Entrava na escola e logo saía. Achava que
não aprendia nada. Só aos 15 anos comecei a levar os estudos a sério.
Casei há dois anos e minha sogra me incentivou a voltar. Para tudo nessa
vida, tem de estudar. Hoje, se estou com dificuldades, procuro o
professor. Meu sonho é ser médica e vou correr atrás disso."
Mari Taís da Silva, 19 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.
Trabalho "Saí da escola para tentar ser jogador de
futebol no time do Fortaleza. Passei na peneira, mas fui dispensado
porque não estava estudando. Perdi a grande chance da minha vida porque
deixei a escola. Voltei porque quero fazer administração."
Marcelo José da Silva, 16 anos, aluno do 3º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.
Decisão do gestor "Sempre trabalhei como pintor e
repeti uma única vez. Este ano, mudei de escola porque a diretora me
mandou para a EJA. Na minha sala, somos apenas oito alunos jovens. O
restante da turma é formado só por pessoas mais velhas. Sinto falta do
colégio anterior, principalmente dos meus amigos."
Cosme Monteiro da Silva, 15 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Teresina, PI.
Reprovação "Faltava muito e por isso repeti o 2º
ano, depois o 3º, o 4º e o 5º. Quando fui reprovada no 6º, decidi ir
para a EJA. Estava me sentindo velha, meus colegas eram pequenos. Aqui
sou a mais nova, mas me sinto à vontade. Tem gente de todas as idades."
Taís Daniele Cardoso, 16 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Sertãozinho, SP.
Trabalho "Durante o dia, trabalho em uma casa de
família e à noite vou para a escola. Prefiro frequentar as turmas da EJA
porque as aulas são mais tranquilas, não tem bagunça. A minha vontade é
fazer faculdade de administração de empresas e quero estudar até quando
for possível."
Jessislane Rodrigues Aquino, 15 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Marabá, PA.
Distância da escola "Morava na zona rural, minha
casa ficava muito longe da escola e não havia transporte. Durante seis
anos, ajudei meu pai na roça. Este ano, ele passou a trabalhar em uma
fábrica aqui e comecei a estudar. Como nunca havia frequentado a escola,
recomendaram que eu fosse para a EJA."
Jackson Martins da Silva, 18 anos, aluno do 1º ciclo da EJA (1ª e 2ª séries), em Sertãozinho, SP.
Gravidez precoce "Fiquei sem estudar por dois anos
porque me casei, tive bebê e meu ex-marido era muito ciumento. Perdi
muito tempo, mas voltei mais madura. Antes, só pensava em bagunçar.
Aqui, na EJA, não tem isso. Só tenho uma amiga, mas acho até bom porque
me concentro mais. Quero logo tirar o diploma e conseguir ser advogada."
Marciane Souza Dias, 18 anos, aluna do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Teresina, PI.
Desmotivação "Fiquei três anos fora do colégio
porque achava estudar chato demais. Cheguei a dizer para a minha mãe que
‘preferia morrer a voltar pra escola’. Ela tem 60 anos e me convenceu a
voltar quando ela própria se matriculou. Hoje, estamos na mesma turma."
Wallace Jonatas Belo da Silva, 17 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Sertãozinho, SP.
Segundo Roberto Catelli Júnior, coordenador de projetos da Ação Educativa, a procura dos adolescentes entre 15 e 17 anos por vagas na modalidade deve se manter por um bom tempo, já que a taxa de conclusão do Ensino Fundamental na idade correta é muito baixa. Para ter uma dimensão do problema, somente seis em cada dez estudantes de 16 anos concluíram o 9º ano ou a 8ª série em 2009, segundo o movimento Todos pela Educação. "Os jovens que estão na EJA hoje já passaram pela escola regular e ela, por sua vez, não deu conta de garantir a eles a aprendizagem. Tempos depois, esses adolescentes retornam, dando mais uma chance para a instituição, que não pode desperdiçá-la", diz Cleuza.
Também podem estar entre os alunos da modalidade nos próximos anos aqueles que estão fora da escola atualmente. O mais recente levantamento a respeito feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que 570 mil meninas e meninos entre 7 e 14 anos estão excluídos do sistema educacional brasileiro. Na população entre 15 e 17 anos, são cerca de 1,5 milhão.
Em 2007, o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutiu a possibilidade de elevar para 18 anos a idade mínima para o ingresso no Ensino Fundamental da EJA (hoje, é exigido ter 15 anos). A medida, que tinha como objetivo proibir o ingresso de adolescentes na modalidade, não foi aprovada pelo MEC. Para Elaine, da UFRJ, a decisão foi acertada. "Em um mundo ideal, a proposta é muito boa. Mas não podemos tirar a oportunidade de milhares de adolescentes de estudar. Quanto mais possibilidades de atender essa população, maiores as chances de garantir a permanência na escola e a conclusão dos estudos."
Assim, colocá-los muitas vezes em turmas em que estudam colegas idosos não chega a ser um problema. Quando a gestão funciona, os professores são bem formados e o currículo é organizado levando em conta a pluralidade de idades, o clima pode ser harmonioso, e o contato com pessoas de idades diferentes, positivo. Quando o jovem está sozinho em meio a colegas mais velhos, no entanto, sente falta de se relacionar com pessoas da mesma faixa etária. "Não há regra. O problema é que nem sempre os professores estão preparados para resolver os problemas que surgem, como conflitos de opiniões entre gerações diferentes", explica Maria Clara, da USP.
No âmbito mais amplo, no que se refere à gestão do sistema, os governos municipal, estadual e federal precisam atuar em conjunto com as Secretarias de Educação para atacar os problemas relacionados à vulnerabilidade, à gravidez na adolescência e ao ingresso precoce no mercado de trabalho. E as Secretarias, em parceria com as escolas, devem trabalhar para reduzir o tamanho das turmas para atender todos de modo adequado, assegurar o transporte escolar, selecionar material didático específico e garantir a formação dos professores. Este ano, há mais de 18 mil vagas em cursos para quem leciona para EJA, diz Carmem Gatto, coordenadora da modalidade no MEC.
Ignorar a urgência dessas tarefas só vai fazer com que a situação piore e comprometa as poucas boas notícias da área, como a pequena taxa atual do analfabetismo entre 15 e 18 anos, cerca de 1,5%.
Estudantes da EJA explicam seus motivos

Geraldo Ribeiro do Nascimento, 15 anos, aluno do 3º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.

João Paulo das Neves Martins, 16 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Marabá, PA.

Jordan Germano Castelaci, 15 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª série), em Curitiba.

Poliana Maria da Silva, 15 anos, aluna do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.

Mari Taís da Silva, 19 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.

Marcelo José da Silva, 16 anos, aluno do 3º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Juazeiro do Norte, CE.

Cosme Monteiro da Silva, 15 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Teresina, PI.

Taís Daniele Cardoso, 16 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Sertãozinho, SP.

Jessislane Rodrigues Aquino, 15 anos, aluna do 3º ciclo da EJA (5ª e 6ª séries), em Marabá, PA.

Jackson Martins da Silva, 18 anos, aluno do 1º ciclo da EJA (1ª e 2ª séries), em Sertãozinho, SP.

Marciane Souza Dias, 18 anos, aluna do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Teresina, PI.

Wallace Jonatas Belo da Silva, 17 anos, aluno do 4º ciclo da EJA (7ª e 8ª séries), em Sertãozinho, SP.
Como eu preparo as pautas de formação dos professores
26 de July de 2012 às 18:20 | Ensino Fundamental - Maria Inês Miqueleto blog coordenadoras em ação
Preparar uma pauta de ATPC não é nada fácil! Eu acho tão complicado
comoquanto preparar uma aula – exige tempo, estudo e dedicação. Me
esforço muito para deixá-las o mais completa possível, para que ela seja
um roteiro mesmo do que será trabalhado com os professores. Dessa
forma, chego para as reuniões sabendo exatamente o que nós vamos fazer –
do início até o fim.
Para definir o conteúdo que será discutido, levanto os temas por meio dos instrumentos que utilizo para acompanhar as aprendizagens dos alunos (portfólios, simulados e observação de aulas) e assim, verifico o que precisa ser trabalhado com os professores. As orientações que recebo na Diretoria de Ensino também ajudam na minha formação e são essenciais na formação dos professores.
O passo a passo do preparo das reuniões
Antes da reunião:
1º. Planejo o que pretendo trabalhar na reunião em termos de conteúdos, temas ou assuntos; materiais que serão utilizados; a leitura a ser feita aos professores e a frase que gosto de colocar na pauta.
2º. Vou para o computador e digito a pauta que tem uma estrutura:
- Nome da escola.
- Cabeçalho.
- Objetivos da reunião que, aliás, escrevo de forma simples, clara e objetiva.
- Conteúdos que serão trabalhados.
- Atividades que na sequência vão desencadear as discussões, os estudos, isto é, um encaminhamento metodológico da reunião, do início até o fechamento da mesma.
- Uma frase finaliza a pauta.
3º. Providencio para todos os professores: cópia da pauta, xerox de textos, ou seja, os materiais necessários para a reunião.
4º. Imprimo a lista de presença, que é muito importante.
Para fazer tudo isso, demoro em média três a quatro horas e, de uma reunião para outra, já fico planejando mentalmente o que fazer na próxima. É uma loucura!
Disponibilizo aqui dois modelos de pauta que fiz para a escola onde trabalho: uma sobre revisão de texto e outra sobre como trabalhar notícias de jornais em aula.
Durante a reunião:
Inicio todas as reuniões com uma leitura de texto literário para os professores.
Na sequência, entrego a pauta da reunião e faço a leitura da mesma. Também entrego ao professor responsável pelo registro da reunião uma pauta que possui no verso um espaço para os registros. Eu arquivo esses registros e os encaderno ao final de cada semestre.
Então, damos início às atividades planejadas e encerramos com comentários do que foi discutido e com propostas para as próximas reuniões. Ao final de cada semestre, os professores avaliam as reuniões de ATPC, que me proporciona redirecionar as mesmas.
Não acho tão simples organizar uma reunião de formação, principalmente, porque também tenho que me preparar para os assuntos ou temas que serão tratados. Ou seja, tenho que, literalmente, estudar e pesquisar antes de apresentá-los.
Depois da reunião:
Organizo a pauta e materiais estudados num portfólio com as reuniões de ATPC.
E vocês como organizam as pautas de formação?
Para definir o conteúdo que será discutido, levanto os temas por meio dos instrumentos que utilizo para acompanhar as aprendizagens dos alunos (portfólios, simulados e observação de aulas) e assim, verifico o que precisa ser trabalhado com os professores. As orientações que recebo na Diretoria de Ensino também ajudam na minha formação e são essenciais na formação dos professores.
O passo a passo do preparo das reuniões
Antes da reunião:
1º. Planejo o que pretendo trabalhar na reunião em termos de conteúdos, temas ou assuntos; materiais que serão utilizados; a leitura a ser feita aos professores e a frase que gosto de colocar na pauta.
2º. Vou para o computador e digito a pauta que tem uma estrutura:
- Nome da escola.
- Cabeçalho.
- Objetivos da reunião que, aliás, escrevo de forma simples, clara e objetiva.
- Conteúdos que serão trabalhados.
- Atividades que na sequência vão desencadear as discussões, os estudos, isto é, um encaminhamento metodológico da reunião, do início até o fechamento da mesma.
- Uma frase finaliza a pauta.
3º. Providencio para todos os professores: cópia da pauta, xerox de textos, ou seja, os materiais necessários para a reunião.
4º. Imprimo a lista de presença, que é muito importante.
Para fazer tudo isso, demoro em média três a quatro horas e, de uma reunião para outra, já fico planejando mentalmente o que fazer na próxima. É uma loucura!
Disponibilizo aqui dois modelos de pauta que fiz para a escola onde trabalho: uma sobre revisão de texto e outra sobre como trabalhar notícias de jornais em aula.
Durante a reunião:
Inicio todas as reuniões com uma leitura de texto literário para os professores.
Na sequência, entrego a pauta da reunião e faço a leitura da mesma. Também entrego ao professor responsável pelo registro da reunião uma pauta que possui no verso um espaço para os registros. Eu arquivo esses registros e os encaderno ao final de cada semestre.
Então, damos início às atividades planejadas e encerramos com comentários do que foi discutido e com propostas para as próximas reuniões. Ao final de cada semestre, os professores avaliam as reuniões de ATPC, que me proporciona redirecionar as mesmas.
Não acho tão simples organizar uma reunião de formação, principalmente, porque também tenho que me preparar para os assuntos ou temas que serão tratados. Ou seja, tenho que, literalmente, estudar e pesquisar antes de apresentá-los.
Depois da reunião:
Organizo a pauta e materiais estudados num portfólio com as reuniões de ATPC.
E vocês como organizam as pautas de formação?
O PNE e os debates sobre financiamento educacional no Brasil
Mariana Queen (novaescola@atleitor.com.br)

Ilustração: Vilmar Oliveira
Longe da pressão de entidades sociais que cobram mais recursos para a área, Mantega afirmou que o governo pretende manter no PNE um investimento direto de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação a partir de 2013. A proposta é a mesma que constava no relatório do plano, muito criticado por movimentos socais ligados à área. Nele, estava colocado que o investimento total em Educação seria de 8% do PIB. Dentro desse montante entravam os 7,5% diretos já mencionados e gastos que fogem da alçada do setor público de ensino, como despesas relacionadas a bolsas de estudos e transferências ao setor privado. Contudo, a garantia do investimento direto já é um avanço.
Segundo a Agência Câmara, mais de 500 das cerca de 3 mil emendas propostas para o novo PNE no ano passado previam aumentar o financiamento para um valor equivalente a 10% do PIB. "Se o governo tivesse certeza de que 7,5% é o ideal para a área, iria à Câmara debater o assunto com a maioria que o está discutindo. Ocorreu justo o contrário, o Legislativo foi ao Executivo", explica Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Para mensurar a diferença entre as proposta, vale destacar que, considerando o PIB brasileiro de 2011 - estimado em 4,1 trilhões de reais pelo Ministério da Fazenda -, 5,7% (percentagem aplicada atualmente) representam 234 bilhões de reais; 7,5%, 307 bilhões e 10%, 410 bilhões para a Educação.
A demora na definição de um valor que supra todas as demandas para a melhoria do ensino brasileiro até 2020 contribui para que os problemas no setor se mantenham. Atualmente, os 5,7% do PIB direcionados à Educação não são sinônimo de qualidade, e não ajudam a mudar quadros alarmantes: mais de 730 mil crianças e jovens entre 6 e 14 anos estão fora das escolas e cerca de 15 milhões de brasileiros são analfabetos.
O processo de universalização do ensino público nacional é recente e, portanto, estamos em fase de recuperação do sistema. Nesse sentido, a necessidade de maiores gastos para chegarmos à excelência é inevitável. Para José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto, sistematizador do Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), o país tem de aproveitar o momento do chamado Bônus Populacional em que se encontra. O período é marcado por uma queda da população na faixa de escolarização - entre 6 a 14 anos -, baixo número de idosos e grande população economicamente ativa.
"Com a diminuição natural no número de crianças e jovens, a pressão para a construção de novas escolas diminui e deixa o orçamento da União mais folgado para investir, por exemplo, na ampliação da jornada escolar, passando pela Educação Integral de qualidade prevista no novo PNE", explica Rezende. Sob essa perspectiva, a formação e valorização docente também podem ter mais atenção. "Se queremos melhorar o salário para valorizar o professor e, assim, garantir a qualidade do ensino, será preciso gastar gradativamente mais em Educação", completa ele.
A experiência de outros países mostra que, para conseguir um salto na qualidade, é preciso mais investimento e prioridade. Na Coreia do Sul, por exemplo, para superar a desolação pós-Guerra (1950-1953), o governo dedicou 10% de seu PIB ao ensino, durante uma década.
Instigando a reflexão entre aqueles que dizem o contrário, no fim do ano passado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que existem, sim, formas de aumentar substancialmente o financiamento da Educação nacional sem comprometer outros setores. Segundo o comunicado Financiamento da Educação: Necessidades e Possibilidades, as opções de ampliação do investimento podem ser de cinco tipos: tributários; rendas do pré-sal; folga fiscal; outras fontes não tributárias e de melhorias de gestão e controle social dos gastos públicos.
Entre as alternativas mais detalhadas, estão o aumento da vinculação de impostos para Educação; a possibilidade de financiamento pela ampliação das rendas do governo com o Pré-sal e criação do Fundo Social do Pré-Sal - em 2010, o governo chegou a cogittar o direcionamento 50% dos recursos do fundo para a Educação - e a criação de políticas de melhorias e recomposição do gasto público na área, visando a eficiência do investimento.
terça-feira, 24 de julho de 2012
O desenvolvimento do país é possível sem Educação?
Euforia econômica, democracia estável e melhoria social. Estamos a cominho de virar uma potência? A resposta passa pela Educação
Rodrigo Ratier (rodrigo.ratier@abril.com.br)
Está na cara que o país avançou. Mas quanto? Já não é tão fácil definir que tipo de país somos. Será que a confiança se justifica e, finalmente, chegou a vez do "país do futuro"? Ou ainda estamos distantes de ingressar no seleto time das nações desenvolvidas?
Se avaliarmos o momento atual com um olhar histórico, não dá para negar que o cenário é positivo. No estudo A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe Média, da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, o economista Marcelo Cortes Neri mostra que, além do crescimento econômico, os índices recentes apontam a diminuição do fosso entre as classes sociais. Entre 2003 e 2008, a renda per capita dos 10% mais ricos aumentou 3,9% ao ano, enquanto a dos 10% mais pobres subiu, anualmente, 9,6%. Como resultado, 19 milhões de brasileiros saíram da pobreza. "Poderíamos chamar a primeira década do terceiro milênio como a da redução da desigualdade de renda, da mesma forma que a década de 1990 foi a da conquista da estabilidade, a de 1980, a da redemocratização, e a de 1970, a do crescimento", escreve Neri em Atlas do Bolso dos Brasileiros.
Mas o otimismo não é unanimidade. Em artigo para a revista Exame CEO, o economista Eduardo Giannetti classifica as elevadas taxas de crescimento de 2010 como um ponto "fora da curva". Segundo ele, o Brasil já vivenciou bons ventos no passado - a euforia desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961 (crescimento do PIB de 8% ao ano), e o "milagre econômico", entre 1968 e 1973 (elevação anual do PIB de 10%) -, mas que não foram convertidos em uma prosperidade duradoura.
A preocupação expressa por Giannetti faz sentido. Para evitar que esse enredo volte a se repetir, nosso país tem de estar preparado para absorver os aumentos de demanda. Explicando melhor: quando um país cresce, ou seja, quando cada vez mais gente tem mais dinheiro para gastar, indústrias e empresas precisam produzir mais. Para fazer isso, os empreendedores necessitam, basicamente, de dois tipos de capital: o físico, relativo à infraestrutura (energia, máquinas e instalações adequadas), e o humano (braços e mentes para o trabalho). Quando a produção não acompanha o aumento da procura por determinado bem ou serviço, os problemas se multiplicam: déficit na balança comercial (situação em que as importações superam as exportações, pois não é possível encontrar o produto no Brasil), inflação (como aumenta a competição pela compra, os comerciantes podem cobrar mais) e os gargalos do crescimento (o que já ocorre na aviação civil - em aeroportos como o de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, as companhias requisitam, a cada hora, 12 pousos e decolagens a mais do que a capacidade máxima de operação).
Nesse ponto, Giannetti e Neri concordam que o caminho do desenvolvimento passa, inevitavelmente, pela Educação. Para suprir uma demanda cada vez maior e mais sofisticada, é fundamental qualificar a mão de obra. Se desejamos seguir a trajetória dos países de primeiro mundo, precisamos aumentar o número de pessoas com formação técnica e superior. Um desafio e tanto, já que menos de um terço da população brasileira possui graduação ou curso técnico, índice muito inferior à média de 44% da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações mais desenvolvidas do planeta.
Enfrentar o desafio de melhorar a qualidade nesta década
A lição de casa deve começar na Educação Básica. Não podemos mais
fugir dos dois maiores obstáculos que se colocam para a evolução dessa
etapa da instrução. O primeiro deles é ampliar o número de anos de
estudo da população brasileira, ainda baixo (leia o quadro acima).
Na década de 1990, alguns estudos chegaram a defender que, a cada ano a
mais na escolaridade média de um país, o PIB medido seria entre 20 e
35% maior.
Pesquisas mais recentes, porém, têm encontrado resultados menos animadores, afirmando que a relação entre as duas variáveis não vale para todos os países (de fato, um ano de Educação no Brasil não equivale, infelizmente, a um ano de Educação na Finlândia). Isso direciona a atenção para o segundo obstáculo: melhorar a qualidade do ensino. Os últimos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostram que o desempenho dos alunos brasileiros não foi suficiente para nos tirar da rabeira nos rankings das disciplinas. E o relatório anual De Olho nas Metas, do movimento Todos pela Educação, indica que a grande maioria dos estudantes de 5º e 9º anos está muito abaixo do nível adequado para sua série.
Reconhecer que os problemas do desenvolvimento não desaparecem de um ano para o outro não significa abandonar a esperança. Ainda que a realidade limite o alcance dos sonhos, o desejo de mudança tem, sim, o poder de modificar o que há por vir. "No universo das relações humanas", diz Eduardo Giannetti, "o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer". Concordamos que a Educação é essencial para entrar no primeiro mundo? Então, precisamos persistir no receituário das nações bem-sucedidas: valorizar o professor, aperfeiçoar o sistema de avaliação, focar a formação e investir em infraestrutura. Tudo começa com o desejo de chegar lá e continua com vigilância e fiscalização. No fim das contas, o país que veremos no espelho no fim desta década terá a cara que conseguirmos construir.

NA EDUCAÇÃO, GARGALOS PARA CRESCER
Ampliar o número de anos de estudo e melhorar a qualidade do ensino são
providências essenciais para qualificar melhor a mão de obra
Fontes: Relatório De olho nas metas 2010 e Indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano
Pesquisas mais recentes, porém, têm encontrado resultados menos animadores, afirmando que a relação entre as duas variáveis não vale para todos os países (de fato, um ano de Educação no Brasil não equivale, infelizmente, a um ano de Educação na Finlândia). Isso direciona a atenção para o segundo obstáculo: melhorar a qualidade do ensino. Os últimos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostram que o desempenho dos alunos brasileiros não foi suficiente para nos tirar da rabeira nos rankings das disciplinas. E o relatório anual De Olho nas Metas, do movimento Todos pela Educação, indica que a grande maioria dos estudantes de 5º e 9º anos está muito abaixo do nível adequado para sua série.
Reconhecer que os problemas do desenvolvimento não desaparecem de um ano para o outro não significa abandonar a esperança. Ainda que a realidade limite o alcance dos sonhos, o desejo de mudança tem, sim, o poder de modificar o que há por vir. "No universo das relações humanas", diz Eduardo Giannetti, "o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer". Concordamos que a Educação é essencial para entrar no primeiro mundo? Então, precisamos persistir no receituário das nações bem-sucedidas: valorizar o professor, aperfeiçoar o sistema de avaliação, focar a formação e investir em infraestrutura. Tudo começa com o desejo de chegar lá e continua com vigilância e fiscalização. No fim das contas, o país que veremos no espelho no fim desta década terá a cara que conseguirmos construir.
terça-feira, 17 de julho de 2012
A importância do não pular fases

Toda fase é muito importante para o
desenvolvimento da criança e pular uma delas pode trazer consequências
preocupantes no futuro. Há pais que acham que seu filho é mais esperto
que o outro porque começou a andar sem passar pela fase do engatinhar.
Sabemos que cada criança tem o seu tempo
e isso não deve ser motivo de preocupação, porém a criança tem que ser
estimulada para que passe por todas as fases. Desde o seu nascimento é
aconselhável que a mãe converse bastante com o bebê. O ato de conversar,
de falar o nome dos objetos que está pegando é um estímulo ao
desenvolvimento da linguagem. Pais que conversam bastante com seus
filhos colaboram para que estes desenvolvam a linguagem com mais
fluidez.
O mesmo deve acontecer quando o bebê
estiver na fase do sentar, do engatinhar, do andar. Os pais devem
estimulá-lo a cumprir cada fase e não forçá-lo a pular a fase do
engatinhar indo direto para o andar. Estudos realizados no Instituto de Educação da Universidade de Londres
(Inglaterra) envolvendo 15 mil crianças durante os cinco primeiros anos
de vida comprovaram que o atraso significativo do sentar-se ou do
engatinhar aos nove meses de idade originou dificuldades de aprendizagem
aos cinco anos quando já estavam na escola.
Imagine então pular alguma destas fases.
Imagine então pular alguma destas fases.
É muito comum na Educação Infantil os
pais pedirem para “avançar” o filho para a série seguinte porque ele é
“esperto” e sabe “muitas coisas”. Porém é na Educação Infantil que
habilidades vão ser estimuladas e desenvolvidas para que a criança passe
por cada uma das fases, com bom desempenho. Somente ter desenvolvida
algumas habilidades não quer dizer que a criança já está pronta para
cursar o nível seguinte. A criança deve sempre ser analisada num todo e
não em fatias ou pedaços.
O mais importante é que a criança nos
primeiros anos de vida seja estimulada de forma prazerosa e que possa
desenvolver suas competências e habilidades de forma natural.
Fonte: Educa Já
domingo, 15 de julho de 2012

Disciplina e a educação para a liberdade e responsabilidade
De
acordo com Chagas (2001) devem coexistir na escola, a disciplina e a
educação para a liberdade e responsabilidade. A liberdade não é o
direito de fazer o que se quer, mas sim, fazer o que se deve.
A
autora entende que a liberdade de um indivíduo não deve ser usada em
prejuízo do bem estar da comunidade, pois ninguém tem o direito de ferir
a liberdade do concidadão. O que deve existir é um ajustamento entre a
personalidade do aluno e a organização educacional. A disciplina escolar
não deve ser um conjunto de regras negativas: é preciso fazer isto”, ‘é
proibido fazer aquilo’. Ao contrário, a disciplina deve ser funcionaL
dinâmica e realizadora, isto é, derivar espontânea e funcionalmente da
atividade escolar e do bom funcionamento da Instituição.
Rejeitados
os métodos antigos e autoritários, surgiram o que a literatura
especifica chama de educadores progressistas: evitam uma intervenção
autoritária na vida dos educandos, procuram orientar, dialogar e apelar
para um comportamento racional. Abrem mão de toda autoridade e pedem aos
alunos compreensão e cooperação.
A
falta de firmeza dos educadores, leva a criança a impor a sua vontade. E
determina o que vai comer, o que vai vestir, que programa assistir na
televisão, como deve ser mobiliado seu quarto.
Acostumados
desde cedo a impor sua vontade, a criança e o adolescente não aceitam
ser contrariados. A reação bem conhecida é espernear, gritar, chorar ou
alegar doença. E acabam por praticar atos mais graves que preocupam a
todos.
No
dicionário, o termo disciplina pode ser definido como regime de ordem
imposta ou livremente consentida. Ordem que convém ao funcionamento
regular de urna organização (militar, escolar, penitenciária, etc.).
Relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor. Observância
de preceitos ou normas. Submissão a um regulamento”. E, o termo
disciplinar, o ato de ‘sujeitar ou submeter à disciplina: fazer obedecer
ou ceder; acomodar, sujeitar; corrigir’. já o termo indisciplina
refere-se ao “procedimento, ato ou dito contrário à disciplina;
desobediência, desordem, rebelião’. Sendo assim, indisciplinado é aquele
que “se insurge contra a disciplina N (FERREIRA, 1986, p. 595)
Há dois aspectos importantes no conceito de disciplina:
a) a disciplina interna, pessoal, no campo da consciência e da moral, relacionada com atitudes interiores;
b)
a disciplina externa, de caráter social, que preside e constitui as
atitudes e comportamentos externos, no meio de um grupo ou comunidade.
Para
que este último não se desvirtue e conserve seu caráter de meio
educativo, é necessário que se fundamente na disciplina interna,
composta de decisões, propósitos, hábitos mentais e morais orientados
reflexivamente para a ordem escolar, reconhecendo seu valor intrínseco.
Se
deduz que a disciplina não consiste apenas numa acomodação exterior e
formalística às diretrizes e normas de um regulamento escolar. A
disciplina supõe uma adesão interior, isto é, numa certa orientação
consciente da vontade com relação aos hábitos individuais e coletivas
como válidos para atividade escolar. É bem possível que pela coação
exterior e não tem fundamento na vida interior do homem, a disciplina
torna-se inautêntica, precária e muitas vezes explosiva.
Chagas
(2001, p. 11) define a disciplina escolar como sendo: “um conjunto de
regras que devem ser obedecidas para o êxito do aprendizado escolar. Ela
é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os
alunos em uma sala de aula e, conseqüentemente, na escola.”
Pode-se
definir assim, que disciplina, como sendo o acontecimento da
aprendizagem em sua plenitude, dentro de uma dinâmica organizada e
orientada pelo professor, cujo desenvolvimento não depende de um padrão
pré estabelecido. Ao contrário da indisciplina, que é percebida como um
estado gerado pela ociosidade dos e alunos e seu desencanto na escola.

O
professor possui autoridade, e não deve usá-la de forma abusiva, mas
por ela, apresentar suas idéias, conhecimentos e experiências, sem
desrespeitar o conhecimento do grupo, sempre encorajando-os à
participação, encarando-os como sujeitos conscientes e responsáveis pelo
seu próprio processo de aprendizagem.
O
educador deve procurar organizar o ensino a partir de desafios que
solicitam a ação dos alunos e as trocas interindividuais com vista à
reflexão, à discussão e à busca das soluções conjuntas. O professor
favorece o desenvolvimento da iniciativa e da autonomia do educando na
medida em que problematiza, orienta e questiona as situações problemas,
estimulando-o para a participação do processo de decisão.
Ao
mesmo tempo, ele favorece às vivências de atitudes de cooperação entre
alunos promovendo o desenvolvimento do senso de justiça em substituição à
norma de obediência. Promove, portanto, o fortalecimento da vivência de
relações democráticas asseguradas pela participação responsável e
comprometidas do grupo e pelo desenvolvimento do respeito mútuo entre os
alunos e entre o educador e o grupo que coordena, como podemos
constatar no diálogo de (FREIRE e SHOR), "o
educador deve estabelecer uma relação dialógica com seu aluno e abrir
espaços livres para que participe, pois é impossível ensinar
participação sem participação".
Entende-se
portanto, que para definir disciplina na escola, é necessário
considerar uma série de questões sociais atuais e rever o comportamento
de muitos profissionais da educação.

http://marismartins.blog.uol.com.br/index.html
sábado, 14 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Relatório para creche
Referência Educando Com Carinho
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