domingo, 15 de julho de 2012

Disciplina e a educação para a liberdade e responsabilidade


De acordo com Chagas (2001) devem coexistir na escola, a disciplina e a educação para a liberdade e responsabilidade. A liberdade não é o direito de fazer o que se quer, mas sim, fazer o que se deve.
A autora entende que a liberdade de um indivíduo não deve ser usada em prejuízo do bem estar da comunidade, pois ninguém tem o direito de ferir a liberdade do concidadão. O que deve existir é um ajustamento entre a personalidade do aluno e a organização educacional. A disciplina escolar não deve ser um conjunto de regras negativas: é preciso fazer isto”, ‘é proibido fazer aquilo’. Ao contrário, a disciplina deve ser funcionaL dinâmica e realizadora, isto é, derivar espontânea e funcionalmente da atividade escolar e do bom funcionamento da Instituição.
Rejeitados os métodos antigos e autoritários, surgiram o que a literatura especifica chama de educadores progressistas: evitam uma intervenção autoritária na vida dos educandos, procuram orientar, dialogar e apelar para um comportamento racional. Abrem mão de toda autoridade e pedem aos alunos compreensão e cooperação.
A falta de firmeza dos educadores, leva a criança a impor a sua vontade. E determina o que vai comer, o que vai vestir, que programa assistir na televisão, como deve ser mobiliado seu quarto.
Acostumados desde cedo a impor sua vontade, a criança e o adolescente não aceitam ser contrariados. A reação bem conhecida é espernear, gritar, chorar ou alegar doença. E acabam por praticar atos mais graves que preocupam a todos.




No dicionário, o termo disciplina pode ser definido como regime de ordem imposta ou livremente consentida. Ordem que convém ao funcionamento regular de urna organização (militar, escolar, penitenciária, etc.). Relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor. Observância de preceitos ou normas. Submissão a um regulamento”. E, o termo disciplinar, o ato de ‘sujeitar ou submeter à disciplina: fazer obedecer ou ceder; acomodar, sujeitar; corrigir’. já o termo indisciplina refere-se ao “procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião’. Sendo assim, indisciplinado é aquele que “se insurge contra a disciplina N (FERREIRA, 1986, p. 595)
Há dois aspectos importantes no conceito de disciplina:
a) a disciplina interna, pessoal, no campo da consciência e da moral, relacionada com atitudes interiores;
b) a disciplina externa, de caráter social, que preside e constitui as atitudes e comportamentos externos, no meio de um grupo ou comunidade.
Para que este último não se desvirtue e conserve seu caráter de meio educativo, é necessário que se fundamente na disciplina interna, composta de decisões, propósitos, hábitos mentais e morais orientados reflexivamente para a ordem escolar, reconhecendo seu valor intrínseco.
Se deduz que a disciplina não consiste apenas numa acomodação exterior e formalística às diretrizes e normas de um regulamento escolar. A disciplina supõe uma adesão interior, isto é, numa certa orientação consciente da vontade com relação aos hábitos individuais e coletivas como válidos para atividade escolar. É bem possível que pela coação exterior e não tem fundamento na vida interior do homem, a disciplina torna-se inautêntica, precária e muitas vezes explosiva.
Chagas (2001, p. 11) define a disciplina escolar como sendo: “um conjunto de regras que devem ser obedecidas para o êxito do aprendizado escolar. Ela é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, conseqüentemente, na escola.”
Pode-se definir assim, que disciplina, como sendo o acontecimento da aprendizagem em sua plenitude, dentro de uma dinâmica organizada e orientada pelo professor, cujo desenvolvimento não depende de um padrão pré estabelecido. Ao contrário da indisciplina, que é percebida como um estado gerado pela ociosidade dos e alunos e seu desencanto na escola.
O professor possui autoridade, e não deve usá-la de forma abusiva, mas por ela, apresentar suas idéias, conhecimentos e experiências, sem desrespeitar o conhecimento do grupo, sempre encorajando-os à participação, encarando-os como sujeitos conscientes e responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem.
O educador deve procurar organizar o ensino a partir de desafios que solicitam a ação dos alunos e as trocas interindividuais com vista à reflexão, à discussão e à busca das soluções conjuntas. O professor favorece o desenvolvimento da iniciativa e da autonomia do educando na medida em que problematiza, orienta e questiona as situações problemas, estimulando-o para a participação do processo de decisão.
Ao mesmo tempo, ele favorece às vivências de atitudes de cooperação entre alunos promovendo o desenvolvimento do senso de justiça em substituição à norma de obediência. Promove, portanto, o fortalecimento da vivência de relações democráticas asseguradas pela participação responsável e comprometidas do grupo e pelo desenvolvimento do respeito mútuo entre os alunos e entre o educador e o grupo que coordena, como podemos constatar no diálogo de (FREIRE e SHOR), "o educador deve estabelecer uma relação dialógica com seu aluno e abrir espaços livres para que participe, pois é impossível ensinar participação sem participação".
Entende-se portanto, que para definir disciplina na escola, é necessário considerar uma série de questões sociais atuais e rever o comportamento de muitos profissionais da educação.
Escrito por *Denise* às 21h51
 
 
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